EDUCANDOS E EDUCADORES SEUS DIREITOS E O CURRÍCULO

O prof. Miguel Gonzalez Arroyo é doutor em Educação, professor titular da Universidade Federal de Minas Gerais (aposentado), foi Secretário Adjunto de Educação da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, coordenando e elaborando a implantação da proposta Político- Pedagógica “Escola Plural”. Além de acompanhar  propostas educativas em várias redes públicas de ensino do país, desenvolve pesquisas em escolas públicas populares, fato este que o autoriza a discutir com muita propriedade temas como: educação, cultura escolar, gestão escolar, educação básica, currículo e diversidade.

Dentre suas publicações, destacam-se os livros: Ofício de mestre: imagens e autoimagens. (Vozes, 2000; 2006; 2008; 2009); Da escola carente à escola possível. (Loyola, 2003); Imagens quebradas: trajetórias e tempos de alunos e mestres. (Vozes, 2004; 2006; 2007; 2008; 2010); Currículo, território em disputa. (Vozes, 2011). Em parceria com outras profissionais da educação, participou da organização de outras obras, podendo ser citadas “A reconfiguração da escola: entre a negação e a afirmação dos direitos” (Papirus, 2009 – juntamente com Anete Abramowich) e “Por uma educação do campo” (Vozes, 2004 – com CALDART, Roseli Salete e MOLINA, Mônica Castagna).

 

Ao longo do tempo e do espaço, o conceito de currículo vai se transformando, se adaptando as mudanças e necessidades pelas quais atravessa nossa sociedade, e diferentes correntes pedagógicas tornam-se responsáveis pela construção tanto da identidade como da subjetividade. No texto “Educando e Educadores: seus Direitos e o currículo”, o autor Miguel Gonzáles Arroyo, acredita ser o momento oportuno para repensar e refletir as indagações sobre o currículo escolar, seu ordenamento, suas hierarquias, a segmentação dos conhecimentos em disciplinas e as cargas horárias que condicionam o trabalho dos educadores e dos educando. Ele fala da educação como direito de todos e uma escola plural que atenda a diversidade e aos diversos, de ações coletivas por educação no campo, indígena e quilombola.

 

Podemos partir da hipótese de que as indagações mais radicais sobre o currículo vêm das insatisfações com a organização do trabalho que o ordenamento curricular tanto condiciona aos sujeitos da ação educativa. Temos assim, sujeitos mais qualificados que reivindica horários de estudo, planejamento, tempos de atividades programadas e tempos coletivos. Miguel G. Arroyo ressalta também a importância do trabalho coletivo dos profissionais da educação, que reagem à condição de aulistas, avançam na autoria de sua prática e vão construindo parâmetros de sua ação profissional. Ao mesmo tempo em que os educadores têm novas sensibilidades sobre si mesmo e suas identidades pessoais vêm sendo redefinidas, mudanças significativas vêm acontecendo nas identidades dos educando, e no mesmo tempo que o contexto escolar está em constante evolução, o educando também evolui e cada vez mais questiona, exige do educador novas concepções.

Os educando são sujeitos centrais na ação educativa são sujeitos de direito ao conhecimento e ao conhecimento do mundo do trabalho, interrogam sobre o que ensinamos e como ensinamos e sobre a organização curricular, sendo assim, é preciso mapear imagens e concepções dos alunos e transformar em aprendizagem significativa. Para Arroyo a reorganização do tempo escolar e ciclo de formação é uma proposta que se encontra sintonizada com a lógica do desenvolvimento humano, por isso, é preciso construir uma escola e um currículo Plural que de conta da formação de todas as dimensões, organizar o currículo respeitando os tempos humanos, o trabalho docente e as pedagogias.

O desenvolvimento humano se da em etapas diversas, um currículo que leva em consideração os diversos tempos da formação humana, os saberes vivos que está nas vivências e saberes do educando é muito mais rico do que uma organização seriada por níveis. Logo os currículos organizam conhecimentos, culturas, valores, técnicas e artes a que todo ser humano tem direito. A escola tem que ser um lugar humano que vai olhar e acolher aqueles que chegam com identidade de classe, raça, gênero, campo, cidade e periferia e trate todos de forma justa e com igualdade, perante os saberes e a capacidade de aprender, e segundo a LDB N° 9394/96, recoloca à  educação na perspectiva da formação e do desenvolvimento humano pleno.

 

CONSIDERAÇÔES FINAIS

De acordo com o texto exposto acima, a educação contemporânea vive um desafio constante, em função das modificações que vem avançando muito rápido em todos os ângulos, precisamos refletir sobre as variáveis e as forças que compõem toda estrutura escolar. Porem, não da para pensar em modificações, sugestões, novas propostas sem antes considerar a diversidade e os diferentes grupos humanos e trata-los de forma justa e igualitária, Nota-se que ao longo do tempo muita coisa já mudou no sistema educacional, mas, ainda esta longe do ideal, e se a escola esta mudando, o aluno também não podemos resistir a isso e ficarmos estáveis, temos que investir na formação continuada para sermos profissionais capazes de olhar nossa prática e avalia-la, tomar decisões e criar estratégias que favoreça uma educação continuada para nosso futuro educando. Foi possível constatar que o texto educadores e educando: seus direitos e o currículo, articula com a disciplina Integração Curricular: Tempos e espaços, pois durante nossas aulas debatemos temas que também é abordado no texto acima, os currículos, os sujeitos da ação educativa, os saberes e conhecimento dentre outros.